quinta-feira, 31 de março de 2011

sobre o tempo e outras coisas

Foi quando ela olhou pra mim e disse:
-Você é meu tempo.
nesse meio tempo, todo o tempo parou,
e eu ali parado em meio a tantos pensamentos
apenas me fiz calado,
tomei algum tempo, e respondi:
-eu to correndo pra você.

Henrique Rímoli

ar.

se ainda me faltasse asas pra voar
eu ainda tenho a imaginação
e o vento batendo em meu rosto.


Henrique Rímoli

quarta-feira, 30 de março de 2011

nos dedos

as vezes eu sinto o amor me escorrer pelos dedos

as vezes eu sinto que ele está em minhas mãos

Henrique Rímoli

segunda-feira, 28 de março de 2011

contadinho

-eu só te queria um pouquinho, e não em conta gotas.

Henrique Rímoli

domingo, 27 de março de 2011

solua

o sol e a lua dividiram o céu
pois não queria mais se desencontrar
agora estão juntos
confundindo nossos sonhos.

Henrique Rímoli

Tempo

-e se o tempo parasse agora
pra onde iria a minha memória?
se o tempo se esquecesse de mim
acho que seria a glória,
se o tempo não me levasse junto
se me deixasse quieto,
aqui no meu canto imundo,
inerte e gélido,
se o tempo não existisse
se ele num passo de mágica se extinguisse,
se o tempo simplesmente parasse
e vinha vida continuasse,
se o tempo não existisse
seria mais fácil cometer qualquer burrice,
se o tempo me conformasse
eu veria que seria mais fácil se ele voasse.


Henrique Rímoli

sábado, 26 de março de 2011

apenas isso

-então ela me olhos fundos nos olhos e me disse:
-minhas asas precisam de espaço pra bater e eu poder voar.
-e você o que fez?
-eu dei um passo pra trás
- e depois?
-ah depois ela voou.
-só isso?
-só!
-e você o que fez?
-esperei ela voltar.
-ela voltou?
-ainda não.
-e você vai continuar esperando?
-só enquanto durar o amor.

Henrique Rímoli

quarta-feira, 23 de março de 2011

fom.

-eu acho que ta tudo meio parado entre a gente.
-eu tbm
- ta então vamos mudar de brincadeira, estátua ja perdeu a graça.


Henrique Rímoli

segunda-feira, 21 de março de 2011

clicheziando

meu coração ja não aguenta mais sentir o gosto da sola do teu sapato
meu coração ja não aguenta mais sofrer com os teus maus tratos
então porque você não pensa duas vezes antes de menosprezar
esse pobre coração que só sabe te amar.


Henrique Rímoli


domingo, 20 de março de 2011

fragmentos de um sonho.

E: eu acho que o nosso namoro parece quando a gente ta com frio sem blusa e com calor de blusa, nunca achamos um meio termo.

A: eu to com frio agora quer ser minha blusa?

E: pra daqui a pouco você sentir calor?

A: você vai me esquentar então?

E: eu sempre te esquento, eu só preciso de álcool e fósforos

A: ai credo (risos)

E: mentira o álcool agora vem em gel. Muito ruim tacar fogo nas pessoas assim, acho que prefiro a gasolina

A: Para de ser besta.

E: eu ainda posso te esquentar?

A: pensando melhor...sim

E: então vem cá minha coisa fofa amanteigada de natal

A: caramba você e essa mania de inventar apelidos

E: não gostou minha buzuzunga homeopática rosa

A: porque você nunca sabe a hora de parar?

E: porque o papel de acabar com as coisas é seu

A: ou nosso.

"a culpa nunca é de um só quando se destrói um nós"


Henrique Rímoli

sábado, 19 de março de 2011

E.

de repente me vem aquela vontade
que me parece errada,
é errado sentir saudade
daquela pessoa amada?

Henrique Rímoli

quinta-feira, 17 de março de 2011

sobre meus amigos

a Chris ela é ciumenta, boca suja, bipolar e chata que só a mulestia,
se eu não gostasse tanto dela eu num tava nem ai , fica a dica.

Henrique Rímoli

Quase abril

idéias a mil
numa caixa lacrada
é quase abril
e abriu que nada
eu faço e refaço
e nada ainda abriu
ja quase finda março
e minhas idéias por um fio
- tenta de novo quem sabe ela abre!
tentar de novo é coisa que me cabe
abre, abre, abre, ABRIL.
as idéias pulam pra fora
agora em mim elas não moram mais
celebram a chegada do novo
a nova mente abril pra nunca mais.


Henrique Rímoli

Obrigado Roberta por Calza(r) isso em mim.

quarta-feira, 16 de março de 2011

não vou passar (inho)

não me deixe passar
eu ainda quero me instalar no seu ninho
te peço pra poder voltar
e ser seu passarinho.


Henrique Rímoli

segunda-feira, 14 de março de 2011

o menino e as borboletas.

Numa bela noite quente
toda forma estranha se tornava atraente,
tudo aquilo que não era comum aos olhos
se tornava interessante
e ir em busca de mais era o mais importante
olhando pela janela viu um rastro de luzes voando
e sem pensar duas vezes atrás delas saiu pedalando,
pedalou o mais rápido que conseguiu
e as luzes bem de perto ele seguiu,
pedalou tanto que sua casa sumiu no horizonte
mas ele queria aproveitar aquele instante,
chegou ao pé de uma arvore e ficou parado
e percebeu que começara a ser rodeado,
e percebeu na verdade que as luzes eram borboletas
mas que voavam rápido feito um cometa,
ele ficou ali parado até que todas pousassem
e esperou que todas se apagassem,
no final de tudo fechou o olho e fez um pedido
e agradeceu por ter sido escolhido.

Henrique Rímoli

destacar-se-a

Liberdade é poder gritar e ninguém te ouvir
sair correndo sem destino
e sem medo do que há por vir,
enfrentar sol, chuva, vento e todos o intempéries
enfrentar, desbravar, descobrir, destoar
destacar-se de tudo que te prende
e de repente ver que tudo está interligado
essa busca eterna de estar separado
do que no fundo há de te resgatar.

Henrique Rímoli

domingo, 13 de março de 2011

desagua desama.

é agua de rio turbulenta
é um grito entalado na garganta
é solidão que não se aguenta
cabeça baixa que não levanta
querer partir pra desamar
seguir um rumo e não voltar
enfrentar a chuva e o frio
desaguar de amor dentro de um rio.

Henrique Rímoli

sábado, 12 de março de 2011

pensarvore

de tanto pensar merda
adubou um pensamento.

Henrique Rímoli

sexta-feira, 11 de março de 2011

chá comigo

ela cansou de mim
cansou de ser a minha diretriz
não quer ser mais a minha bússola
ela agora quer ser feliz
viaja por mares imensos
procurando as aguas quentes
esquece os seus tomentos
apenas vive o seu presente.

Henrique Rímoli

rei amora.

a coroa o assustava
ser rei era coisa que ele não esperava
estava ali só pra quebrar um galho
e cometeu um ato falho.
comeu amora demais
e agora caga roxo até não poder mais.

Henrique Rímoli

quinta-feira, 10 de março de 2011

ser á?

cansou de ser elepe
e voltou a ser só litaria.

Henrique Rímoli

liberdade que nada.


era um simples beijo
um simples toque que ele buscava
e nessa tentativa desvairada
a sorte se fez errada

foi encurralado
foi pego pelo impulso de um belo desejo
agora a liberdade não vale de nada
se ele não consegue um beijo de sua amada.


Henrique Rímoli

terça-feira, 8 de março de 2011

o peixe

o peixe foi fisgado pelo amor,
e na tentativa de viver fora da agua fria
se lançou num balde de euforia,
como pode um peixe vivo
viver assim sem paz na vida?

-como poderei viver, sem o teu olhar de lua?
e o peixe como num desespero profundo
jogou-se mar adentro e nadou pro fundo,
buscou uma pérola dentro de uma oca ostra
e levou a superfície e presenteou a sua bela moça,
a moça com seu olhar acanhado de lua minguante
rejeitou o presente do peixe no mesmo instante,
o peixe que antes sorria noite dia
agora é tomado pelo avesso da alegria.
como pode um peixe vivo
viver assim sem paz no mar,
um amor impossível na terra
solidão em alto-mar.
o peixe voltou pras profundezas da sua vida
e decidiu que de hoje em diante
nenhuma lágrima de amor será vivida
e que toda pérola vista será destruída,
lançou essa praga pros 7 mares
e começou a nadar procurando os males em formas esféricas,
mal sabia o peixe que cada lágrima sua que caia
era mais uma pérola no mar surgia,
tornando assim sua praga infindável
e seu amor indestrutível.

Henrique Rímoli



eu peixe

queria ser um peixe
pra minha memória ser um feixe de luz,
tão rápida e indolor
que minha vida só teria a cor azul.


Henrique Rímoli
se você parar pra pensar verá que não consegue andar e pensar ao mesmo tempo,
pois fazer duas coisas ao mesmo tempo pode ser difícil pra uns e impossível pra outros,
mas o que é certo quase sempre nunca ta errado.

pegada

eu vejo seus pés em todos meus passos

-eu preciso me despistar.

Henrique Rímoli

quinta-feira, 3 de março de 2011

sobre estar ali

um barco me leva pros mares de lá
sem males ou malas pra eu carregar
me sinto leve sem peso pra pensar
sem penar ou pesar nessa vida a levar
levo um sorriso e isso me basta
minha alegria é mar que me arrasta,
é coisa boba
mas isso me basta.

Henrique Rímoli

quarta-feira, 2 de março de 2011

mal me quer

se o querer é duvidoso
eu me ponho em questão,
para que nada seja doloroso
eu busco a solução,
será que nada do que eu faça
é certo?
ou o ponto de vista é a questão?
eu me reparto entre o bem querer
e o mal te quero.

Henrique Rímoli