segunda-feira, 25 de outubro de 2010

sofrer de amor

dizem que o amor é só felicidade
mas pra amar é preciso também ser triste,
como diria jobim
"pra fazer uma com beleza, é preciso um bucado de tristeza",
o amor é quase um samba,
pra amar é preciso sofrer nem que seja de amor.

Henrique Rímoli

domingo, 24 de outubro de 2010

dialogos apaixonados 33 1/3

(trim, trim)
- alô
- oi amor Você ja ta vindo? to te esperando
- eu to quase terminando de me arrumar
-porra sempre assim você demora séculos pra se arrumar
-você sabe que eu gosto de sair bonita
-e você sabe que eu odeio esperar
-mas você não ia passar aqui?
- não a gente marcou de se encontrar aqui
- TA ME CHAMANDO DE MENTIROSA?
- NÃO, VOCÊ QUE TA ME CHAMANDO DE MENTIROSO.
-POIS AGORA EU NÃO VOU.
-ENTÃO QUE FIQUE AI, AQUI EU NÃO PRECISO DE VOCÊ.
-SE VOCÊ NÃO FOR EMBORA DAI AGORA TA TUDO ACABADO.
-SE VOCÊ NÃO VIER TA TUDO ACABADO.
- NÃO ME DEIXE NERVOSA CLAUDIO.
- AGORA DEU PRA ERRAR MEU NOME TAMBÉM, AGORA QUE EU NÃO SAIO DAQUI MESMO.
- MAS VOCÊ SEMPRE SE CHAMOU CLAUDIO, CLAUDIO.
-pera ai, é a luana que ta falando?
-NÃO, AQUI É A PAULA.
- então desculpa foi engano.


Henrique Rímoli


Diálogos apaixonados (sei la que parte ja ta)

- Sabe, eu preciso de um tempo.
- Tempo?
- Então ta! VALENDO, (tic tac,tic tac)
♪ fan ta sia no aaaar ♫
- hunf ¬¬


Henrique Rímoli

faça hora

ora,
as horas passam.
você passa.
nada fica
tudo finda
finca faca
faça,
faça diferente
não permaneça
esqueça do que for,
peço sossego
por favor,
já que é pra ir
também te leve de mim,
um dia se for pra rir
que esse dia seja no fim.

Henrique Rímoli

sábado, 23 de outubro de 2010

naufragando

não da jeito
a cada ponta de esperança
é coração ferido com ponta de lança
é como remar contra todo o mar
num barco furado
inundado de tanto chorar
barco que perde o prumo
que traça outro rumo
barco que não quer navegar
porto que não quer me aceitar
me joga de novo na maré
e se amar é naufragar
sou mais um naufrago
nesse mar que não da pé

Henrique Rímoli

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

morro de amores

foi uma despedida seca, grossa e fria,
sem toque, sem lágrima, sem olhar pra traz,
se afastou como se nem o conhecesse,
como se ele fosse um estranho que acabou de perguntar as horas,
ele em contraponto segurando pra não se desmanchar
e não se inundar em prantos,
ele se contem e esboça um sorriso olhando em volta,
mera fachada, la dentro seu coração arde
como se levasse uma facada,
entre milhares de coisas que passam na sua cabeça,
ele pensou em tudo menos em se mover
e ali ele pensou nos anos que viveram juntos,
aniversários, natal, ano novo, páscoa,
todas as festividades, lembrou de cada passeio,
de cada presente, de cada sorriso,
lembrou da roupa do primeiro encontro,
estático, imóvel, lembrou da ultima viagem
uma tentativa de reascender o relacionamento,
não adiantou,
ele pensou que se não vivesse mais não teria que sofrer por amor,
pensou mas não teve coragem de se mover,
e foi quando terminou o pensamento e o arrependimento de ter pensado em se matar,
ele não sentiu nada, mas foi atingido por um carro,
ele que estava no meio da rua permaneceu nela,
ainda imóvel, estático, morto de amor.

Henrique Rímoli

terça-feira, 19 de outubro de 2010

desencontar-se-a

todo desencontro deveria ser evitado
depois dos olhos cruzados
do passos apressados
sempre lado a lado
o coração acelerado
nada deveria ser contrariado
o encontro deveria ser celebrado
e desencontrar-se é estar errado
ficar junto por estar apaixonado
é regra que não pode ser quebrada.

Henrique Rímoli

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Porta retrato

pela janela somente um sol laranja, nuvens passando lentamente, os pássaros voando de volta pros ninhos, la dentro em cima da mesa papeis espalhados e uma maquina de escrever, os olhos marejados num silencio estático fitam a folha ainda em branco na maquina, ao lado da maquina um porta retrato virado pra mesa, os dedos se desgrudam da mesa tateiam as teclas e iniciam um bailado ritmado pelo som da maquina, em instantes a grande folha em branco começa a ganhar uma cor, pequenas letras vão preenchendo as lacunas uma ao lado da outra, pintando de preto aquele mar em branco, uma história se firma no papel cravada pelas teclas que foram impulsionadas pelos dedos, que se movimentaram pelo comando do cérebro, que agiu ao mando do coração, motivado pelo porta retrato.

Henrique Rímoli

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

infinitar

daquela noite restou o cheiro no meu travesseiro
o gosto forte na lembrança
nosso abraço tenro e traiçoeiro
uma marca de unha no meu peito
tua blusa jogada de canto
nossa aventura tudo foi tão perfeito
nossos corpos sendo um
numa dança de trançar
nossa pele dando zoom
e nosso tato a flor da pele
um emaranhado de eu e você
sem saber onde um começa
e o outro termina
formando um infinito
sem começo meio ou fim
eu em você
você em mim.

Henrique Rímoli

ir

eu quero me entregar
sem ter porque,
fechar os olhos
e não mais pensar
no que devo fazer,
tentar não pensar
no passado
e passar o pensado,
ir sem querer voltar
largar pra não mais querer
sorrir pra não mais chorar.

Henrique Rímoli

ciume

eu me contorço
me mordo
me mato
não durmo
viro e reviro
levanto
deito
minha cabeça não para
meus pensamentos vão além
uma resposta não dada
e abre as portas prum mundo de questionamentos
eu não quero estar neste estado
quero progredir
e ficar relaxado
sem pensar no mais
só viver o que tiver pra viver
sem me preocupar

Henrique Rímoli

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

ex tado!

eu ja me perdi
e ja que to sem rumo
sem lugar pra ir
quero me aprumar em ti
quero ser teu guia
tua rosa dos ventos
sem muita agonia
só a favor dos sentimentos
eu nem tenho mais escolha
meu coração ja te escolheu
bem melhor você e eu
traçando nossa historia
agora nosso traçado
que ja foi errado
ta se acertando
se aperfeiçoando
pouco a pouco
lado a lado
sem pressa
só degustando estar nesse estado.

Henrique Rímoli

domingo, 3 de outubro de 2010

juntos outra vez

"eu você somos como agua e sal
seja para o bem ou mal
juntos outra vez"

Cinco a Seco

sábado, 2 de outubro de 2010

embora

se você for deixar pra la
diz que é melhor nem recordar
eu estou de acordo
e concordo com o que vier
tento afastar
tudo que não vá somar
e o que for prejudicar
eu levo embora
agora .

Henrique Rímoli

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

passarinho

olhou nos olhos dela
e com um pesar imenso
se despediu,
sabia que ali deixara
uma vontade
um destino
um amor,
ganhou uma saudade
ganhou uma perda
uma falta
deixou nos olhos lágrimas
e no abraço dado
um ultimo suspiro junto,
partiu sem querer
e se viu livre
pra poder buscar
mas querendo estar preso
pra não poder voar,
quis voltar pro ninho
mas agora ele não esta mais vazio
foi ocupado por outro passarinho,
mas ele tinha que ter partido
e acabou partindo
o coração.

Henrique Rímoli