sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

sem laços ou asas.

já não tenho laços

e minhas asas se apertam pra voar

o que me sobrou de ti eu desfaço

no caminho de pedras que tenho pra trilhar

toda imensidão dos fatos

toda desilusão do amor

nada se leva para o eterno

a eterna busca incessante de outra cor

leveza eu levo no olhar

tristeza é parte do corpo

alegria ainda demora a chegar

é barco a naufragar sem porto

me apronto e me lanço ao fundo

num fraco afronto interno

diante de todo o mundo

inerme de medo me enterro

e minhas asas agora se recolhem

no meu pousar eterno.


Henrique Rímoli

Nenhum comentário:

Postar um comentário